Pseudo


A corda frouxa me ilude dando a sensação de liberdade.
Não!Ela não machuca os meus pés
Sabe-se que ela é sonsa e risonha
Disseram-me que o roçar de meus tornozelos
Paulatinamente desgastaria o suplício da minha alma
Riam!!!Um dia foram promessas que me fizeram...
Nos recônditos obscuros de meu ser errante
Estremece o brado que me induz a avançar
Insanamente o obedeço.
Quixotescamente ensaio o espetáculo de minhas quimeras
Maquiadas com o sonho de um Arlequim
Não tarda que meus passos tornem-se etilicamente trôpegos...
... lerdos...não mais que hesitantes
Debruço-me ao espelho de minhas queixas e horrores
Ainda que o sol, este estúpido criador de ilusões
Brilha sob minhas cãs prematuras
Contemplo agonizante o meu âmago escondido
E assim deparo-me agora com uma inofensiva companheira:
A corda frouxa, a qual  sem muito esforço
Ainda consegue capturar o que não lhe pertence.
                                                                                Costela de Adão

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