Debaixo da árvore
À penumbra da tarde
Ninguém nota a nossa ausência
Somos apenas pedras fora do lugar
Vestidos com díspares fardas
Revestidos com um desejo comum
A olho nu somos todos iguais
Fadados a esse anátema social
Não temos flores, nem frutos
Sucumbidos à penumbra
Que nossos cantos inundam
E em que nossa sombra submerge
Largados na calçada
A beira da estrada
A mercê do tempo
À espera de nada
O tempo que não passa
Talvez esteja sem pressa
Por não ter hora para chegar
Ou passara além da nossa vista?
Carentes de novidades
Partilhamos lembranças e pesares
Mendigando um segundo de atenção
O pão nosso de cada tarde
Divagando em incertezas
Seguimos a mesma rota
Desfazendo estradas opostas
Pra nos poupar da saudade
Regressos à selva de pedras
Num panorama de hostilidades
Nossas sombras periguais
É tudo que nos difere dos demais animais
Ao sairmos daquele deleite
Da ociosidade sem malícia
Fraquejamos às miragens
Almejando o Oásis
Sabendo que não haverá momentos tais
Onde seremos tão iguais
Mesmo que surreais
Ante os preceitos da vida
Por: Bardo Idílico &
Lira Barroca
Lira Barroca
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